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The Therapist ● Alimentação e Líbido ● Artigo

por Joana Teixeira em Feb 04, 2021

The Therapist ● Alimentação e Líbido  ●  Artigo

A perda de libido (ou apetite/desejo sexual) é uma condição que pode afetar muitos homens e mulheres, a determinada altura da vida. Caso aconteça, é fundamental identificar os gatilhos que desencadeiam este problema e tratar a raiz do mesmo, quer seja ele do foro emocional ou fisiopatológico.

Do ponto de vista da alimentação, podemos trabalhar multidisciplinarmente, de forma a otimizar algumas disfunções, que poderão estar a contribuir para a perda da libido: 

  • Intestino e nutrientes - o intestino é responsável pela absorção de nutrientes necessários para a produção de hormonas. Um intestino não saudável é sinónimo de absorção comprometida, que pode estar na origem de défices de vitaminas e minerais, como é o caso do zinco, magnésio, ferro, que contribuem para a produção correta de hormonas sexuais e que, por sua vez são responsáveis pela saúde sexual e libido. Recomenda-se: 
    • Avaliar a saúde gastrointestinal e intervir na melhoria da digestão (caso esteja debilitada) com alterações no padrão alimentar, chás e suplementação adequada e individualizada. 
    • Otimizar a microbiota com uma alimentação rica em fibras (frutas, vegetais, sementes, oleaginosas, cereais integrais, leguminosas). Incluir probióticos na alimentação (miso, kombucha, alimentos fermentados como iogurte, kefir, vegetais fermentados) e/ou ponderar a necessidade de suplementação com probióticos juntamente com o nutricionista. 
  • Perfil Bioquímico - Se por um lado “a clínica é soberana” e os sinais e sintomas são o ponto de partida para uma pesquisa e tratamento adequados, seja do ponto de vista nutricional, seja do ponto de vista médico, entender o que se passa no nosso organismo e atuar em conformidade é fundamental. Assim sendo, analisar marcadores como colesterol (precursor de testosterona, estrogéneo e progesterona ), ferro (carne, peixe e marisco, leguminosas como soja, lentilhas, ovo, folhas verde escuras), zinco (ostras, marisco, leguminosas, oleaginosas cereais integrais), magnésio (folhas verde escuras, leguminosas como, sementes de abóbora e girassol), vitamina D (peixe gordo, gema de ovo),  hormonas tiroideias, estrogéno, progesterona e testosterona, pode fazer sentido para entender qual a melhor estratégia e se é pertinente recorrer à suplementação. Nesta área, é de referir que não existem “comprimidos azuis” milagrosos. Contudo, sabemos que alguns suplementos parecem ser eficientes: 
    • Zinco, ferro, magnésio, vitamina D, sempre que os seus níveis se encontrarem abaixo do desejável, visto que são nutrientes chave para que o corpo consiga produzir as hormonas corretamente.
    • Tribulus terrestris mostrou produzir melhorias significativas em homens com disfunção eréctil e em mulheres no período peri-menopausa. 
    • Feno grego, uma especiaria muito usada na gastronomia indiana, tem sido bastante estudada e mostrou já apresentar efeitos interessantes na saúde sexual, em variadas situações e idades. No que respeita à líbido, estudos mostram efeitos positivos em mulheres dentro e fora da menopausa. Pode ser utilizado na preparação de refeições, sob forma de infusão ou suplementado. 
    • Ashwagandha, um adaptogéneo muito utilizado na Ayurveda. Adaptogéneos são ervas, que contêm fitonutrientes que ajudam na regulação do metabolismo quando existe uma perturbação, e participam no processo de regulação do mesmo. A ashwagandha tem apresentado resultados positivos no que respeita à regulação hormonal, modulação de stress e sistema nervoso. Associado ao exercício, mostrou um potencial efeito interessante na elevação da testosterona, em indivíduos do sexo masculino. 

  • stress, ansiedade, fadiga, privação de sono - por certo, um dia-a-dia agitado, recheado de preocupações, ansiedades, stress e poucas horas de sono (ou com um sono pouco reparador) vão ter impacto não só na forma como nos sentimos mas também no funcionamento do nosso corpo, na absorção de nutrientes e na síntese adequada de hormonas. Procurar ferramentas de gestão de stress (atividade física, meditação, terapia, etc.) pode ser uma boa estratégia inicial para verificar melhorias. A suplementação adequada e individualizada pode ainda ser benéfica, em casos que se justifiquem, para diminuir a ansiedade (aswhaganda e a relora), melhorar a qualidade do sono (camomila, passiflora, magnésio e melatonina) e reduzir a fadiga.
Artigo escrito pela nossa nutricionista Sumeya Osman - 2741 N - ON.