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Artigo ● Ano Novo, Detox Novo (Ou não)

por Joana Teixeira em Feb 03, 2022

Artigo ● Ano Novo, Detox Novo (Ou não)
 

de·sin·to·xi·ca·ção


  • 1. Tratamento destinado a eliminar os tóxicos e a reparar as desordens que eles provocaram. 2. Acção de eliminar o que influencia insidiosamente pessoas.

  •     Com a chegada do ano novo, as listas de resoluções contemplam muitas vezes mudanças de hábitos alimentares, que por sua vez incluem as famosas dietas detox com objetivo de nos purificarmos dos excessos que fomos cometendo durante o mês das festas. Não somos apologistas deste tipo de promessa pois pode gerar uma relação pouco saudável com os alimentos, que servem para nos ajudarem a sermos mais felizes e não o contrário.

        Felizmente, fomos presenteados com um organismo dotado de uma sofisticada maquinaria (leia-se órgãos como fígado, rins, trato gastrointestinal, pele, pulmões), que entre várias outras funções, tem a capacidade de expelir substâncias indesejáveis. Nesse sentido, a ideia de fazer uma dieta que elimine grupos de alimentos e/ou substitua refeições por alternativas, muitas vezes, desequilibradas, é algo que do ponto de vista nutricional não apresenta benefício. Se pensarmos em perda de peso, é certo que aquilo que nos é vendido como detox nos levará a este objetivo, visto que no limite, a fórmula para alcançar este propósito é um desequilíbrio energético (comer menos do que gastamos). Contudo, quando uma dieta altamente restritiva em calorias é implementada, o peso perdido será mais à conta de perda de água e massa magra do que propriamente gordura. 


        Posto isto, o que fazer quando chega o novo ano e temos como objetivo mudar de (ou retomar) hábitos alimentares?

    Antes de mais começar por parar, respirar fundo e rejeitar tudo o que nos é vendido como solução milagrosa.

        O início de um novo ano é um momento em que depositamos energia na mudança. E no caso dos hábitos alimentares, esta energia é sem dúvida importante e não deve ser ignorada. Assim sendo, é um momento que pode e deve ser privilegiado  para implementar as transformações há tanto desejadas, nas rotinas alimentares. 

        Nesta fase, é importante saber separar o trigo do joio e por isso deixamos alguns  lembretes:  

    • Começar por consumir aquilo que sabemos que nos faz bem: os alimentos na sua forma menos processada: vegetais, frutas, cereais integrais, leguminosas, frutos secos, gorduras de qualidade como o azeite, o abacate e as sementes, proteínas de qualidade (sejam elas veganas ou não);
    • Uma refeição equilibrada é composta por hortícolas, fontes proteicas (leguminosas, tofu, tempeh, peixe, carne ou ovos), fontes de hidratos de carbono (cereais integrais, tubérculos, frutas) e gorduras saudáveis (azeite, abacate, oleaginosas, sementes);
    • Manter um bom estado de hidratação; 
    • Semanas consecutivas a sumos/batidos e sopas não são sustentáveis e muito menos sinónimo de saúde.

        E porque o ano muda mas a vida não pára, a ideia de usar programas onde nos entregam refeições saudáveis e prontas, pode ser o compromisso necessário para implementar a mudança. Contudo, apesar de a desintoxicação ser um processo natural do nosso organismo, existem nutrientes/alimentos, que a favorecem e potenciam. Entre eles destacamos: 

    • Vitaminas do complexo B - presentes em cereais integrais, sementes, leguminosas, vegetais de folha verde mas também proteínas animais e natto (soja fermentada) pela sua riqueza em B12; 
    • Aminoácidos provenientes de fontes proteicas; 
    • Magnésio - sementes de abóbora, sementes de chia, amêndoa, espinafre;
    • Zinco - nas ostras, sementes de abóbora, cajús, grão;
    • Selénio - castanha do Brasil, atum, sardinhas, arroz integral; 
    • Antioxidantes (como vitaminas A, C, E, flavonóides e bioflavonóides) presentes nas frutas e vegetais; 
    • Alimentos como os coentros, o gengibre ou ainda os chás de dente-de-leão e cardo mariano parecem apresentar benefícios e como tal podem e devem ser usados na nossa alimentação, nestas fases de mudança e sempre.

        Por fim, mas não menos importante, recordar que a nutrição é uma ciência e deve ser praticada com base em evidência científica por especialistas devidamente acreditados. Como tal, consultar um Nutricionista quando existem objectivos ou preocupações específicas pode e deve ser um passo a considerar. Aqui pode agendar uma consulta de nutrição funcional com uma das nossas nutricionistas.

     

    Artigo escrito pela nossa nutricionista funcional certificada Sumeya Osman.

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